LONDRES, 12/04/2025- “Enaltecer a Paz e a Reconciliação Nacional” juntou hoje, num webinar, diplomatas, académicos e membros da comunidade angolana residente no Reino Unido e noutras regiões do mundo.
Organizada pela Embaixada de Angola no Reino Unido e Posto Consular de Angola no Reino Unido, a conferência on-line, alusiva às celebrações do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, debateu em duas perspectivas, nomeadamente, uma sobre a visão da diáspora e outra sobre a vertente jurídica sobre as conquistas e desafios da paz em Angola.
Paiva Domingos, angolano residente em Londres, especialista em Gestão de Conflitos e oficial de justiça do Governo britânico, afirmou que a “paz é um ponto de reflexão que separa as páginas sombrias da guerra aos esforços de reconstrução, do perfume de esperança e do pensamento positivo no futuro”.
Paiva Domingos acrescentou que os angolanos na diáspora celebram a conquista de um povo resiliente, porque a paz não é apenas uma realidade interna, mas, acima de tudo, uma chamada para o regresso ao país.
“Agora olha-se para Angola com orgulho, saudade e desejo de contribuir para a reconciliação e desenvolvimento sustentável, porque são visíveis as infraestruturas da saúde e educação que o país ganhou fruto da paz “, disse.
Convidado a dissertar sobre a “perspectiva jurídica e política das conquistas e desafios da paz”, Edmiro Francisco sublinhou que as leis produzidas contribuíram para os actuais avanços socioeconómicos do país.
Edmiro Francisco, especialista em questões jurídicas e políticas, fez uma incursão pelos instrumentos normativos, desde os Acordos de Alvor, Lei da Nacionalidade, Lei Constitucional, Lei das Forças Armadas e Defesa Nacional e os acordos de Gbadolite e Bicesse, até à formação do GURN em 1994, fruto do Acordo de Lusaka, como marcos no plano jurídico e político que o país registou desde 1974. A Constituição de 2010 é outro instrumento legislativo assinalado pelo prelector, tendo frisado que o desafio agora “é a eficácia social das leis aprovadas pela Assembleia Nacional, numa média de 25 a 30 instrumentos por legislatura, além da necessidade da educação da população sobre as leis, visando a consolidação do Estado de Direito”.
Edmiro Francisco apontou ainda como desafios da paz a “maturação das instituições democráticas do país, a projecção do Estado na arena internacional no sentido de captar investidores com transparência e diversificação da economia nacional”.
O webinar que contou com a declamação de poemas da escritora Idalina dos Santos, angolana residente no Reino Unido, foi aberto pelo Encarregado de Negócios, Anércio Cadete, como anfitrião e que em nome da organização do evento destacou “o diálogo aberto e construtivo sobre os progressos alcançados pelo país e o desafio da construção de uma Angola próspera num contexto de incerteza”.
O momento foi também aproveitado para a exibição de vídeos institucionais sobre os ganhos de Angola no sector do turismo e infraestruturas.