• DECLARAÇÃO À IMPRENSA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, JOÃO LOURENÇO


    “ Senhor Presidente Luong Cuong, Presidente da República Socialista do Vietname;

    Senhores membros da delegação vietnamita;

    Membros da delegação angolana;

    Caros jornalistas, O país tem o privilégio de receber o Presidente Luong Cuong, Presidente da República Socialista do Vietname, num momento em que comemoramos 50 anos da proclamação da nossa Independência e que, coincidentemente, comemoramos também 50 anos do estabelecimento das relações entre os nossos dois países, Angola e Vietname.

    O Vietname foi dos poucos países do mundo que reconheceu a existência do novo Estado, horas depois da proclamação da Independência de Angola. Mais precisamente no dia 12 de Novembro de 1975, estava o Vietname a reconhecer o nascimento da República Popular de Angola, na altura.

    De lá para cá, temos vindo a aprofundar os laços da amizade, que são históricos.

    O Presidente Agostinho Neto visitou o Vietname ainda na qualidade de guerrilheiro, Presidente do MPLA, antes da proclamação da nossa Independência, mas depois disso não houve troca de delegações a este nível, de Chefes de Estado, nem de Angola para o Vietname, nem igualmente do Vietname para Angola.

    Nós temos, os dois países, os dois povos, uma característica comum, que é a de sermos países lutadores, mas também países vencedores.

    Somos países que sofremos colonização, vencemos aquela fase difícil do colonialismo, mas, uma vez tornados independentes, sofremos igualmente invasões de forças estrangeiras que, durante algum tempo, ocuparam os nossos territórios, e igualmente saímos vitoriosos sobre essas forças estrangeiras.

    Temos, hoje, a obrigação de pensar apenas no desenvolvimento económico e social dos nossos países, e é o que estamos a fazer! Estamos em níveis de desenvolvimento diferentes, como é óbvio, mas a meta é a mesma: é tudo fazer, no sentido de desenvolver as economias dos nossos países em prol do bem-estar dos nossos povos. E, para isso, não podemos estar isolados, temos de cooperar. Ninguém se desenvolve sozinho! Esta manhã, durante as conversações, concluímos que as trocas comerciais entre Angola e o Vietname estão num nível baixo, que não é satisfatório. Precisamos reverter esta situação.

    O Vietname é um dos países exportadores de produtos manufacturados, tem uma economia muito diversificada, ao contrário do que acontece com Angola.

    Os investidores privados vietnamitas querem vir investir em Angola, em vários domínios da economia, e nós estamos certos de que, quando isso acontecer, juntamente com investidores de outras partes do mundo, vão ajudar-nos a diversificar a nossa economia, a aumentar os volumes de produção de bens e de serviços e, consequentemente, a aumentar a nossa capacidade de exportação, também de bens manufacturados e não apenas de matérias-primas.

    Nós assinámos, há bocado, sete instrumentos jurídicos que vão servir de base à cooperação que todos almejamos.

    Não vamos ficar por aí. Teremos outras oportunidades de assinar outros instrumentos jurídicos nas áreas que forem do interesse comum.

    Temos interesse nos sectores da defesa e segurança, agricultura, pescas, indústria, indústria transformadora, sobretudo na indústria de produção de equipamentos para servir o campo, para servir as famílias camponesas que se dedicam à agricultura e que o fazem hoje, com instrumentos muito rudimentares que dificultam alcançar o rendimento por hectare que seria de desejar.

    O Vietname é um dos países que, com uma indústria que, uma vez implantada em Angola, se for implantada em Angola, nós poderemos passar a produzir aqui muitos desses equipamentos que são pequenos, são simples, mas que fazem toda a diferença, sobretudo na agricultura familiar.

    Mais uma vez, Senhor Presidente Luong Cuong e delegação que o acompanha, estejam à vontade em Angola.

    O Presidente teve a amabilidade de me convidar a visitar o Vietname, convite aceite, visita que muito provavelmente deverá acontecer no próximo ano de 2026.

    Muito obrigado! “