• CIMEIRA UA-UE EM LUANDA


    África quer facilidades para acesso aos financiamentos europeus
    A União Africana (UA) defendeu uma reforma da arquitectura financeira internacional, para reduzir o custo do capital e facilitar o acesso aos financiamentos europeus.
    O apelo foi feito pelo presidente da Comissão da União Africana, Mahmoud Ali Youssouf, esta segunda-feira, 24 de Novembro, em Luanda, durante o seu discurso na abertura da 7.ª Cimeira União Africana-União Europeia.
    Mahmoud Ali Youssouf apelou também a uma revisão das condições de gestão da dívida africana para torná-la mais sustentável, além de uma justiça climática para que os planos de adaptação possam ser financiados como devem ser.
    O responsável alertou para a instabilidade crescente na geopolítica global, como a escalada de conflitos, o avanço do terrorismo e o enfraquecimento do direito internacional.
    O presidente da Comissão da UA afirmou que o multilateralismo enfrenta desafios profundos, com o Conselho de Segurança das Nações Unidas limitado por razão de conflitos de interesses e de antagonismo entre os grandes decisores.
    “A África continua exigindo sua posição à volta desta mesa”, disse o responsável africano, que felicitou a África do Sul pelo papel desempenhado recentemente, ao representar as ambições africanas no G20.
    Mahmoud Youssouf realçou que África e Europa não apenas partilham uma história, mas também interesses comuns, lembrando que a parceria entre ambos os continentes é antiga e deve ser aprofundada.
    O continente africano conta com a Europa, referiu, para intensificar os investimentos nos projectos estruturantes, como infra-estruturas, corredores logísticos, transição energética e transformação agroindustrial, através do contacto com a Gateway Global. O desenvolvimento digital é essencial para o progresso de todos os outros sectores socio-económicos, acrescentou.
    O diplomata advogou mais cooperação europeia na transformação local dos minerais africanos, apelou à eliminação de obstáculos comerciais e à necessidade do multilateralismo e a prosperidade mutua, com base no respeito entre as nações, focado no interesse global.