Angola produziu, nos três primeiros meses deste ano, um total de nove milhões de toneladas de alimentos. O dado foi anunciado, no sábado, em Benguela, pelo Presidente da República.
João Lourenço, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, presidiu à abertura da V edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola (FMCA).
Este evento reuniu, pela primeira vez, 21 províncias e 326 municípios no quadro da nova Divisão Político-Administrativa do país, em vigor desde o início deste ano.
No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do sector Não Petrolífero da economia angolana cresceu 5,4 por cento. Os sectores da Indústria, Agricultura e Comércio e Serviços continuam com desempenhos muito assinaláveis.
Esta nova trajectória da economia inverte a tendência anterior de domínio do sector dos Petróleos e confirma os avanços da diversificação da economia.
O Presidente da República disse ainda que o Governo está apostado em conseguir colocar o crescimento da economia acima do crescimento da população (estimado em 3,0 por cento por ano). Para a concretização deste desafio, o Chefe do Governo quer que todos, sem excepção, empresas públicas e privadas e as famílias, contribuam no dia- -a-dia para este fim.
“Temos um país extenso, com uma população que cresce a uma taxa anual de cerca de 3 por cento, colocando-nos permanentes desafios, desde logo, considerando o número de jovens que atinge a idade economicamente activa todos os anos e que procura por oportunidades no mercado de trabalho.
Estamos, por isso, engajados e comprometidos com a transformação estrutural da nossa economia, assegurando que cada sector dê o seu contributo ao crescimento económico, com o objectivo de fazer com que as taxas de crescimento da nossa economia e do nosso PIB, acompanhem, tanto quanto possível, este ritmo acelerado de crescimento demográfico. Este esforço deve ser feito em todos os sectores da Economia, sem excepção”, disse.
MAIOR PRODUTIVIDADE
A força de trabalho, em Angola, tem de ser mais produtiva, trabalhar mais, gerar mais e melhores resultados, superar as barreiras ao investimento privado, continuar a desburocratizar a actividade administrativa, desconcentrar mais tarefas para os órgãos da Administração Local do Estado e muni-los de mais recursos humanos e financeiros, a fim de que estejam à altura de resolver os problemas das populações em cada um dos municípios, explorando ao máximo o respectivo potencial para Angola crescer mais rapidamente.
“Hoje, não restam dúvidas de que a aposta no conhecimento, agricultura e na indústria são o caminho certo para gerar esperança e prosperidade para as famílias e aumentar as oportunidades de emprego, sobretudo para os jovens, bem como para a garantia da nossa soberania alimentar e o equilíbrio da balança de pagamentos”, afirmou o Presidente da República.
João Lourenço considera, uma vez que a vida é feita nos municípios, ser crucial que estejam todos mobilizados para essa empreitada, que, os Governos Provinciais e as Administrações Municipais assumam a dianteira deste processo de permanente transformação, que, nestes espaços territoriais, seja promovido o surgimento de redes de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), cooperativas e outras iniciativas empreendedoras que, no seu conjunto, devem se configurar em plataformas integradas de troca de bens e serviços à escala nacional.
CORREDOR DO LOBITO
O Corredor do Lobito, em Benguela, deve ser visto, mais do que uma linha férrea, como uma grande mola impulsionadora de oportunidades de desenvolvimento das comunidades, que se situam ao longo do Caminho- -de-Ferro de Benguela.
O Corredor do Lobito, considerou, é um activo de importância estratégica de integração regional, com um potencial que não se esgota nas fronteiras de Angola, devendo continuar a merecer a atenção do Executivo.
Nessa dinâmica, de objectivos de curto, médio e também de longo prazo, o apelo do estadista vai para que haja o engenho e perspicácia do sector Empresarial Público e Privado, instalado ao longo do Corredor do Lobito, a fim de fazer desse mecanismo um factor impulsionador do desenvolvimento económico, com ênfase para os sectores da Agro-pecuária, Indústria, Mineração e Turismo. Um dado referido pelo Presidente João Lourenço tem a ver com o aumento de investidores na economia nacional e também países interessados em apostar no Corredor do Lobito.
“A União Europeia, por exemplo, anunciou recentemente a disponibilização de um pacote financeiro para reforçar o investimento nas áreas do Comércio e Investimento, Formação Profissional, Transportes e Património. É fundamental apostarmos no capital humano, para que as políticas públicas alcancem as metas preconizadas.